sábado, 11 de julho de 2009

... cobre tudo, amargura em minha boca.

Me sinto tão sozinho ultimamente - não que eu não tenha sido solitário a minha vida inteira. Estou acariciando a solidão de uma forma diferente, a sentindo de uma forma pesada, dura e doída. As vezes acho que a solução está nas minhas mãos e não a vejo, porém noutras vezes tenho a certeza de que ja tive a solução e ela, assim como o presente, passou e eu não me dei conta. As coisas tem dado certo... mas não me satisfazem. Eu só queria poder esquecer de vez um pouco da minha parte que sangra internamente, esquecer-me de tudo o que eu não fiz, esquecer dela, dele e de todos os que eu nunca conheci verdadeiramente.
Não que o meu mundo esteja por um fio, e o abismo sem fim seja a única solução para um problema inexistente, mas sofrer desse jeito não é lá muito cabível.
O porre da noite passada vai ficar para história como o mais bem sucedido porre da minha curta, porém conturbada, vida de ressacas póstumas. Eu simplesmente me joguei do desfiladeiro e caí sentado em uma cadeira do bar do "Seu" Manoel. Eu bebi pra fugir do que não tem refúgio, daquilo que me prende a mim mesmo, fugir de quem realmente merece algo de mim, fugir da solidão que não é mais tão branda como antigamente. Eu simplesmente tentei fugir e, mesmo que tenha sido por algumas horas, eu consegui. Consegui fugir da dor e me esquecer de tudo.
Falei alto no bar, discuti por causa da caixa hipnotizadora que não estava no canal desejado da senhora - que também estava de porre, mas que estava no canal que eu desejava.
Descobri um lado diferente do velho português que nunca tinha deixado passar se quer uma bala sem conferir o seu ganho. Ontem, por incrível que pareça, ele elogiou minha leitura, assim como me fez um desconto na terceira garrafa do "suco de cevadis".
Um viramundo que sou! apenas o sujo e perdido retrato da solidão que busca em outros o que só encontrará em si próprio. A alienação perante a própria pessoa, o desleixo pela vida.
Como ja foi dito outrora, tenho que viver com a certeza de que irei fazer o que foi possível e que isso tudo que foi feito não terá um fim, pois a eternidade é tempo de mais pra mim. Mas viver e fazer o que?
Tudo se esvaiu, mas nada sumiu... aquilo que eu tinha... eu ainda tenho, eu sei que ainda tenho, eu sempre soube que não tinha perdido, mas pura e simplismente, fechei os olhos e engoli com muito custo o que não poderia jamais ser esquecido...



O amor quando é verdadeiro não acaba, adormece...













"Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão..."

1 comentários:

ANGELICA LINS disse...

Estive aqui ...
...Gostei muito do que li.

:)