sábado, 25 de julho de 2009

O princípio de todo fenecer

Nasceu, então crie.
Quando abriu os olhos em uma manhã de céu nublado jamais imaginaria o que o esperava ao longo do dia. Não fez questão de acordar rápido ou de espreguiçar-se para um melhor funcionamento das articulações, muito menos pensou em trocar o aconchego do "ninho" por calças curtas e uma caminhada ao redor da praça que fica em frente a sua casa.
Simplesmente acordou demoradamente e abriu os olhos de forma vagarosa, de uma forma a aproveitar esse momento como se fosse o primeiro e o último, sem fazer questão de saber ou se quer de imaginar o que viria depois da situação por ele aproveitada. Foi, com certeza, um ritual que jamais se esqueceria, mesmo sendo ele feito no momento do abrir dos olhos, no nascimento de uma novo dia em sua vida. Mesmo sendo tão rápido, ele o deixou mais lento, o deixou único.
Em sua mente não passava nada além da sensação de estar saindo de um ventre e se entregando as garras de um mundo que não se importava com ele, mas que mesmo displicente o remuneraria com o presente maior que era a vivência.
Jamais ele estaria completo, mas o que ele viria a aprender já era o bastante para que ele se visse satisfeito, mesmo que só por alguns instantes, pois a satisfação não é uma coisa eterna e está fadada a ser deixada de lado em troca de ilusões. E por falar em ilusões, a vida dos que o rodeavam era alicerçada por elas, pessoas iludidas e ilusionistas, que iludiam e eram iludidas a todo momento.
Tudo o que ele teve, tinha e tudo o que ele haveria de ter era fruto de escolhas tendenciadas por ilusões, simples escolhas que de tão simples simplificavam de mais a vida e a deixavam malemolente ao extremo, assim o iludindo e marcelocamelizando o nascimento do dia em que ele jamais se esqueceria...
Mas mesmo assim ele escolheu se levantar e receber esse presente que o haviam concedido.





"E quem não sabe amar tem que sofrer
Porque não poderá compreender
Que o amor que morre é uma ilusão,
E uma ilusão deve morrer"

1 comentários:

Ligia Carvalho disse...

"amar e sofrer". Duas palavrinhas fortes viu